Da floresta à mesa: farinha de coco babaçu valoriza ofícios e saberes
Direto da Floresta, a farinha da amêndoa do coco babaçu é um produto sustentável e feito por mulheres. Desenvolvida no 5º Laboratório de Criação, pela pesquisadora Indra Nunes, a farinha surge como um símbolo de protagonismo feminino das quebradeiras de coco babaçu da comunidade de Angolas, em Barbalha.
Produto feito por muitas mãos, a farinha recebe o nome de Dona Maroca, uma das mulheres que protagonizam a produção de óleo do babaçu. Indra Nunes, em sua apresentação na 3ª Mostra de Gastronomia Social, fala sobre o potencial comercial do resíduo: “podemos avançar para gerar renda para essas mulheres e fomentar o desenvolvimento daquele território.”
Sob mentoria de Guilhermina Cayres e Harvey Villa, Indra Nunes propôs usar o resíduo do coco babaçu que sobra após a produção de óleos pelas quebradeiras. O produto contribui para o aproveitamento integral do fruto e para a geração de renda complementar para as mulheres que atuam na cadeia de produção.
O coco babaçu é um fruto nativo da Chapada do Araripe, e sua farinha é tão rica de propriedades e sabores como as tradicionais farinhas de amêndoas, nozes e coco. Feita artesanalmente, a farinha é resultado dos fazeres e saberes da comunidade, contribuindo para a valorização do fruto, dos insumos e dos ofícios das quebradeiras.
A farinha pode ser utilizada de diversas formas na preparação de pratos doces e salgados. “Dá para fazer pão, dá para fazer bolo, dá para empanar, aí fica à vontade da criatividade de cada um”, comenta a pesquisadora.
A pesquisa contou com a realização da Escola de Gastronomia Social, em parceria com a Embrapa, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Nutec e Geopark Araripe.