Ofício
Ceramista/Loiceira
Fabricação de loiça de barro
Sobre
Dona Fransquinha é “loiceira”, artesã que domina o ofício da modelagem em barro, ceramista. O trabalho é realizado no galpão do Centro de Artesanato do Tope, que é sua oficina, para desenvolver as suas técnicas, desde a seleção do barro até a preparação da “pasta” – massa pronta para modelagem. Assim, ela confecciona peças utilitárias, como panelas, jarros, quartinhas e alguidares. Também realiza peças figurativas como bonecas e personagens de presépio. Dona Fransquinha tem o título de Mestra da Cultura do Ceará, e sua filha Vanusa, também ceramista, dá continuidade ao seu ofício. A comercialização dos seus produtos é feita no próprio galpão, que fica no Sítio Tope, Estrada CE 187.
Como aprendeu?
Dona Fransquinha aprendeu a fazer loiça com sua tia Adelaide. Fazia outras coisas em casa e na roça, mas sempre gostou de ganhar seu próprio dinheiro, por isso foi aprender a fazer loiça com a tia na comunidade Ladeira, quando tinha perto do onze anos de idade. Já sua filha Vanusa, que hoje leva o ofício a frente, aprendeu com a mãe e com cerca de 8 anos de idade já fazia suas próprias peças.
Dona Fransquinha conta que ia para o local onde a tia trabalhava, um grande barreiro na Ladeira. Lá batiam barro para si e para outras pessoas, brincavam, peneiravam. Fazia quartinha, prato, prato de beira virada, alguidar, jarro de planta. Quando já tinha aprendido essas peças, sua tia disse que ela iria aprender a moldear pote, o que lhe interessou, já que o pote era um pouco mais valorizado. Coloca o barro numa tábua e fazia o fundo do pote e assim aprendeu primeiro o pote de uma lata d’água, lata e meia, duas latas. Depois que já tinha aprendido, voltou para sua casa no Tope e passou a fazer a loiça em casa.
Com que idade aprendeu?
Fransquinha com 11 anos de idade, Vanusa com 8 anos de idade.
Quais as principais ferramentas do seu ofício?
Forno, utensílios para modelar, caco de coité, sabugo, couro, faca, mesa, tábua de modelar.
Quais os materiais do seu ofício?
Barro. Há o barro do Cujá, que é o barro de colocar de molho, e o barro da Ladeira que serve para pisar, peneira e amassa. Depois é misturado com o outro, o barro do Cujá é que dá a liga. O barro de panela, é o que vai ao fogo e não se danifica. O que vai ao fogo vem da Mata Fria. Apesar de não usar falou sobre o barro do Ipu, que serve para ir ao fogo, independente da peça feita.
Quais os produtos do seu ofício?
Louças de barro
Principal produto:
Onde acontece o ofício?
Galpão de Artesanato da Comunidade
Qual a frequência de produção?
Diariamente
Vende o que produz?
Sim
Onde vende?
No próprio galpão onde se produz, Estrada CE 187, do lado da Igreja.
Você acha que a sua comida/criação é importante para a Cultura Alimentar do seu território?
“Quem chega na Viçosa quer conhecer onde que se fazem as peças de barro, então vão até o sítio Tope e conhecem o galpão. Visitam o lugar que se amassa o barro. Todos querem conhecer o porque e como se faz”.
Qual é a história dessa receita/comida/peça/criação?
Segundo dona Fransquinha, mestra da cultura, a feitura de loiças de barro na comunidade do Tope região é muito antiga.
Dona Fransquinha aprendeu a fazer loiça com sua tia Adelaide. Fazia outras coisas em casa e na roça, mas sempre gostou de ganhar seu próprio dinheiro, por isso foi aprender a fazer loiça com a tia na comunidade Ladeira, quando tinha perto do doze anos de idade.
Dona Fransquinha conta que ia para o local onde a tia trabalhava, um grande barreiro na Ladeira. Lá batiam barro para si e para outras pessoas, brincavam, peneiravam. Fazia quartinha, prato de beira virada, alguidar, jarro de planta. Quando já tinha aprendido essas peças, sua tia disse que ela iria aprender a moldear pote, o que lhe interessou, já que o pote era um pouco mais valorizado. Coloca o barro numa tábua e fazia o fundo do pote e assim aprendeu primeiro o pote de uma lata d’água, lata e meia, duas latas. Depois que já tinha aprendido, voltou para sua casa no Tope e passou a fazer a loiça em casa.
Conta também que antigamente se tomava café em tigelinhas de barro com um pezinho embaixo, depois foi que vieram as xícaras. Na época dos seus pais era colocado uma esteira no chão e coloca-se os pratos de todos na esteira e se faziam as refeições ali. Depois do que comiam, lavavam os pratos e colocavam no girau.
Depois o barro foi sendo desvalorizado, porque surgiram outros materiais. Inicialmente o prato de ágata, que eram reservados as visitas, depois os pratos de louça industrial.
Contudo ela e a família, e outras tantas famílias do Tope, continuaram a fazer as peças e a vender nas feiras da região. Sua filha Vanusa, que hoje dá continuidade ao ofício, ajudava a mãe desde cedo no ofício e aos 8 anos de idade já começou a fazer suas próprias peças e hoje está frente do Galpão onde concentram a produção e a venda dos produtos e onde chegam pessoas de todas as parte para adquirir suas peças.
Dona Fransquinha enfatiza na entrevista que ela e a filha fazem peças diferente, há coisas que ela fazia que Vanuza não faz e vice e versa. Por exemplo Vanusa não faz bonecas e presépios, mas faz qualquer outra coisa que alguém encomendar.
Conta que começou a fazer bonecas depois de uma viagem a Bahia, onde viu bonecas de barro. Pensou que quando voltasse para casa iria tentar fazer, quando voltou amassou o barro e fez a primeira boneca, que fizeram tanto sucesso, que conseguiu construir sua atual casa com a renda dessas bonecas. Depois também começou a fazer presépios e outras peças decorativas.
Fala que ser mestre da cultura foi uma surpresa, conta que um dia estava na igreja quando chegaram uma pessoas na sua casa lhe chamando, quando foi ver era o Prefeito da Cidade, lhe parabenizando por agora ser mestre da cultura, junto com Alfredo Miranda, Manoel Evaristo e outro viçosense que ela não recordou o nome. Havia sido escolhida junto com outras três pessoas para ser mestra da cultura.
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