Ofício
Alimentação tradicional em geral
Fabricação de Licores, petas, geléias, sequilhos e doces (doces de frutas, compotas e pastosos e doces de leite, pastosos e cremosos, além de inovações misturando o leite com outras coisas como café e coco).
Sobre
A Casa dos Licores oferece licores, geleias, sequilhos, doces de frutas em compota, doce de leite, roscas, entre outras delícias da região; que são produzidos pela família do saudoso Alfredo, pai de Teresa Cristina Mapurunga, que hoje comanda a casa. Esses ofícios para bebidas e doces vem da tradição familiar, da Bodega de seu Alfredo e da cozinha de dona Teresinha Mapurunga. Esse trabalho artesanal de fazer licores resultou em 93 sabores, que chegam das frutas do terroir, como mapirunga ou ubaia, taturuba, guabiraba e cajarana; e de ervas da região, como jurubeba e canela de cunhã.
Como aprendeu?
Tereza aprendeu com sua mãe, dona Terezinha que também aprendeu com suas ancestrais. Desde criança participava das atividades da produção e comercialização.
Quais as principais ferramentas do seu ofício?
Panelas, fornos, tachos, assadeiras.
Quais os materiais do seu ofício?
goma, açúcar, leite, ovos, coco, frutas, ervas, cachaça.
Quais os produtos do seu ofício?
Licores, petas, sequilhos, geleias, doces, frutas desidratadas, cachaças envelhecidas.
Principal produto:
Onde acontece o ofício?
Casa dos Licores e residência de Tereza
Qual a frequência de produção?
Diária
Vende o que produz?
Sim
Onde vende?
Casa dos Licores. R. Francisco Caldas da Silveira, 155 – Viçosa do Ceará, CE, 62300-000
Qual é a história dessa receita/comida/peça/criação?
A casa dos licores se construiu na informalidade, com a mãe de Tereza na cozinha e seu pai Alfredo Miranda na bodega. Constroem uma gastronomia que chamam de regional e colonial, heranças das avós, mãe de dona Terezinha.
Começou com dona Terezinha na cozinha dela, as pessoas adentravam a casa para vir comprar licores e doces. No mesmo lugar também funcionava a bodega de seu Alfredo Miranda e ainda foi se constituindo a Casa dos Licores na própria residência. Desde esse começo até hoje já se vão quase 70 anos, desde a década de 60 a bodega de seu Alfredo comercializava a produção da cozinha de dona Teresinha e se estabeleceu de uma forma que o lugar ficou conhecido e virou referência. Quando eles foram envelhecendo, Tereza foi assumindo, não houve uma resolução quanto a isso, mas desde criança, Tereza já acompanhava esse dia a dia e assim aprendeu o ofício de comandar a fabricação e a venda dos produtos e administração de um dos lugares mais conhecidos de Viçosa do Ceará.
Hoje recebem grupos sob agendamento para visitação, vem grupos de escolas, universidades, estudantes e turistas. São recebidos por Tereza que contextualiza a gastronomia com a história de Viçosa, afinal estamos em um lugares mais antigos do Estado do Ceará e aqui comida e história estão inteiramente ligadas.
Tereza nos fala que os bolos de goma, licores, doces são heranças deixadas desde o período colonial, em uma época em que não havia indústria, portanto toda cada tinha fazer sua própria produção para alimentação da família.
Tereza nos diz que a palavra peta é um verbete em português de Portugal que quer mentira, você come, come e come e não se sacia. Relata também sobre a troca de saberes entre povos originários e portugueses.
Nos fala que os licores era forte elemento na sociabilidade e utilizado para tudo quando era celebração. É bebida da hospitalidade. Daí vem o ritual de servir licor às pessoas que vão visitar os rebentos.
Para se fazer o licor, há que se fazer a maceração do destilado. No Brasil é utilizada a cachaça. Esse processo é colocar dentro da bebida elementos aromáticos, a impregnação se dá pelo cheiro e não pelo sabor. O licor leva cerca de seis meses para ficar pronto.
O primeiro licor feito no Brasil foi feito na Bahia, o licor da fruta que pinta, o jenipapo.
Quando a mulher estava grávida, com a gravidez consolidada, pelos 3 meses de gravidez, a mulher começava a preparar os licores. Se pegava um vidro com cachaça e se colocava jenipapo, noutro se colocava casca de tangerina, noutro casca de abacaxi e noutro caroços de maracujá. Nos seis meses seguintes, o licor ia macerando, tempo suficiente para se ter um bom licor. Gestava-se a criança e os licores. Perto de ganhar neném, se preparava um mel de açúcar e se adicionava a preparação.
O segredo do bom licor é a demora da infusão e a proporção desse xarope de açúcar. Há algumas pessoas que fazem com muito açúcar, mas isso pode resultar em cristalização ou fermentação, o que não é agradável para o licor.
Na Casa dos Licores se fazem 93 sabores de licor de frutas, ervas e especiais. Mas Tereza almeja fechar o número de 100.
Tereza nos fala que valorizam as frutas nativas, assim já tem muitos sabores com frutas da terra. Há licor e geleia de mapirunga (ubaia), murta, taturuba, guabiraba, cajarana, murici, etc e ervas malva, jurubeba, canela de cunhã, hortelã . Os mais tradicionais são jenipapo,tangerina, abacaxi e maracujá. O licor que mais vende é canela de cunhã por ser afrodisíaco. Tereza nos conta que o licor de rosas é o mais suave, não se percebe o álcool, mas é o forte em graduação alcoólica.
A Casa dos Licores tem como missão preservar esses sabores tradicionais.
Empresa comercial
Apresentação da empresa comercial
Casa dos Licores
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